Aprovada entre o natal e o ano novo de 2018, a lei do Governo Covas-Doria aumenta a contribuição previdenciária dos servidores de 11% para 14%, entre outras alterações.
Por Rafael Bruza

Servidores municipais de São Paulo entraram em greve nesta segunda-feira (04), exigindo a revogação da Reforma da Previdência municipal (Lei 17.020), que foi sancionada pelo prefeito, Bruno Covas, dia 27 de dezembro. A paralisação foi convocada após a aprovação da lei, entre o natal e o ano novo de 2018.
O protesto foi feito por entidades de professores, médicos e de outros servidores públicos da cidade, que prometem paralisações “por tempo indeterminado” – mantendo o atendimento emergencial, no caso dos médicos.
Desde março de 2018, servidores de diferentes categorias fazem paralisações e manifestações contra o novo regime da Previdência, que aumenta a contribuição previdenciária dos servidores de 11% para 14% e cria um sistema de previdência administrado pelo setor privado e complementar ao tradicional, chamado SAMPAPREV.
“O Sampaprev já havia sido barrado em março do ano passado com uma luta massiva dos servidores, mas passou agora entre o natal e o ano novo. Diante disso, em assembleia, os professores e boa parte dos servidores municipais, decidiram iniciar uma greve agora em 4 de fevereiro”, diz convocatória do protesto, feita pelo Sindicato de Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep), que trata as novas medidas da Previdência como um “confisco” de salário.
Manifestação diante da Prefeitura
Foto (@lucasport01/ Jornalistas Livres)
Manifestação diante da Prefeitura
Foto (@lucasport01/ Jornalistas Livres)
Manifestação diante da Prefeitura
Foto (@lucasport01/ Jornalistas Livres)
Manifestação diante da Prefeitura
Foto (@lucasport01/ Jornalistas Livres)
Em nota, a Prefeitura afirma que está monitorando o movimento dos servidores municipais “com o objetivo de mitigar eventuais transtornos à população.”
O texto ainda alega que na última sexta-feira “os chefes de gabinete de todas as secretarias foram orientados a cumprir o que a lei determina: relatar o controle de presença dos servidores”.
Em dezembro do ano passado, a sessão de segundo turno de votação foi marcada por confrontos entre servidores municipais e guardas civis metropolitanos. Apesar disto, o texto foi aprovado e sancionado após um dia por Bruno Covas.
Baixa exposição na mídia
Os principais jornais do país, como o portal G1 (Grupo Globo) e a Folha de S. Paulo, fizeram notícias sobre a greve de servidores municipais nesta segunda-feira (04).
Com isto, alguns pais foram surpreendidos ao descobrir que as escolas de seus filhos não teriam aulas. O ouvinte da Rádio BandNews FM Elvis Lima foi levar o filho, de 11 anos, à escola Prefeito José Carlos de Figueiredo Ferraz, no Jardim Coimbra, na zona leste, mas não conseguiu deixar a criança.
Segundo ele, quem não tiver quem cuide dos menores pode deixá-los na instituição, mas não haverá aulas.
Também na zona leste, o ouvinte Cristiano Olegário encontrou as salas dos dois filhos na escola municipal Áurea Ribeiro Xavier Lopes Profa, no Parque São Lucas, sem aulas.
Greve de metroviários na terça-feira
Além da greve de servidores, a cidade de São Paulo pode ter greve de metroviários nesta terça-feira (05).
A paralisação será decidida em Assembleia que ocorre às 18h30 desta segunda-feira.
“A categoria está em luta contra os ataques do Metrô na tentativa de retirar direitos, privatizar e terceirizar ainda mais o transporte público. Foram realizadas setoriais nas áreas, reuniões, atos, uso de adesivo contra a privatização e retirada de uniformes na Operação”, afirma o site dos Metroviários.